29/01/2023

Simplificação

 Não é bem minimalismo, é simplificar mesmo. Tenho receio que as palavras da moda, de tantas vezes ditas, acabem ficando vazias e sem sentido.

Faz muito tempo que venho neste processo de simplificação. Nunca fui de ter muitas coisas, mas talvez o marco consciente de minha vida adulta tenha sido quando me mudei e tive que deixar praticamente tudo para trás. Fui para uma cidade onde as casas e apartamentos são comumente mobiliados (cidade universitária) e era muito longe para eu tentar me apegar a alguma coisa e levá-la, sem grana, na época. Foi o estritamente necessário.

Passei meses dormindo em um colchão, com cobertor emprestado (que depois foi doado para mim), caixas de plástico de roupeiro e caixas que só valiam a pensa serem abertas, em um lar mais permanente, bastante tempo depois. Não me queixo. Fez maravilhas para a minha vida. Descobrir que se vive com muito pouco, valorizar as experiências e não os bens, me fez transitar mais leve pela vida. Depois, estabilizei.

Agora sinto novo ânimo de simplificar mais ainda, talvez sejam os ares de uma possível aposentadoria daqui uns anos (5, calculo eu). Os livros, tão pesados, agora cabem em uma prateleira. O que não uso, doo ou tento ver se tem outras utilidades. Canecas viram porta-lápis,  potes de conserva de vidro viram potes de mantimentos etc.

Não quero nada que sobre. Não aconselho este tipo de vida para todo mundo. É o estilo que me faz bem, me deixa leve, com menos preocupações. Cada um vive como pode, como sabe, como dá.

Só sei que quero menos, muito menos, quero uma vida despojada, muito muito simples. Não é mérito, nem "elevação espiritual" não, é não querer estar sobrecarregada ou preocupada. Para mim, dá certo, tem me feito mais contente e tranquila.

🍵


27/01/2023

Eu tô bem, o mundo é que não colabora (parodiando Tim Maia)

Estes dias vi um vídeo (canal Autism from the Inside) em que uma senhora autista diz: "quando eu estou comigo mesma está tudo ok". Eu me sinto assim. 

Quando estou comigo mesma não sinto solidão, sinto completude. E também não é o caso de não gostar de estar com os outros. Depende de que outros são estes, mas confesso que até aqueles que gosto muito a presença tem que ser em doses homeopáticas.

Percebo que o mundo está cheio de problemas desnecessários, burocracia, intrigas, manchetes negativas para fisgar nosso cérebro, pessoas que não se desenvolveram como seres humanos e coisas do tipo. 90% de coisas que não precisariam ser assim, mas que temos que lidar ao lidarmos com o povo.

Uma boa criação, uma educação honesta e um ensino valorizado e consciente já dariam conta de muito disso. Quando vai acontecer? Não sei. Só sei que, no momento, o que podemos fazer é nos exercitarmos em como reagimos a estas coisas. Confesso que me drena energia demais, mas é o que há para fazer, por hora.

A vida é tão simples, a gente é que complica demais, não acreditando na singeleza dela.

🍉

25/01/2023

Maturidade e bobajadas

Tem coisas que a gente, ao ficar mais velha, nem é que não dê conta, mas a gente não quer mais gastar cérebro pra entender.

No trabalho, especialmente, porque eu ainda não sou aposentada (snif), inventam tanta moda, de um dia para outro, e querem implementar mudanças radicais em poucas semanas que eu..."não dou conta". Não quero me esforçar por algo que eu sei que é um modismo ou, pior, implementar algo às pressas, aos trambolhões.

Eu só queria ficar no meu canto e fazer o que sei fazer, bem e honesto, sem grandes piruetas ou rojões.

...

E em outros setores, a gente quer mais é se ater ao essencial, ao que é importante. É muita bobajada, notícias fúteis, complicações, que não têm motivo de ser.

Simplicidade é vida. Simplicidade é maturidade.