Reflexões aleatórias

Estar aqui e estar ali

Sou uma criatura insatisfeita. Para minha vergonha. Não, não se preocupem, não é uma vergonha passional, é só uma maneira de dizer que estar insatisfeita é insatisfatório.

Tenho me exercitado em ter mais contentamento e já consegui bons avanços, mas às vezes me pego querendo estar em outro lugar, outra casa, outra vida. Aliás, já repararam que, cada um de nós podia viver muitas vidas diferentes? Uma rua atravessada antes ou depois, um contato aceito ou recusado, um sim ou um não fazem as nossas linhas da vida...e de nossos antepassados. A mágica está em estar AQUI, plenamente pois, afinal, é aqui que estamos. 

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Muitas vezes me vem uma ideia para escrever e nem é a preguiça que bate. É a dúvida. Escrever para quê? Fico me achando cheia de ego para pensar que o que penso deve ser escrito. Ao mesmo tempo, contraponho com tantos textos que li e me fizeram bem, me acrescentaram. "Sou umaS criaturaS contraditóriaS".

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Sou introvertida assumida, mas este ano me fez não ir para o meu interior e sim fazer uma expedição inteira. 

Quem és quando ninguém está te olhando?

¿Quién eres cuando nadie te está viendo? pic.twitter.com/1AizffqeDS

— Diego Maldonado (@DiegoMaldonadoR) October 21, 2020

Viver o possível

Muitas vezes passamos a vida planejando um futuro que, talvez, não chegue. Geralmente planejamos a vida, mas ela tem vontade própria. Isso não é ruim, nos ensina que pouco ou (quase) nada está sob nosso controle e que devemos fazer o melhor com o que temos. 

Não podemos deixar para viver quando chegar a aposentadoria, só nas férias, quando tivermos dinheiro ou companhia. A vida não espera, a vida passa.

Faça o que der, com o que tem e usufrua. Não empurre para um tempo adiante. Isso não quer dizer que não deva ser previdente, planejar, mas não aposte todas as suas fichas em um futuro incerto, seja flexível.

Vida a vida possível agora.

Com paz de espírito, isso é tudo que precisamos!

Os anônimos

Há uma multidão de sábios, heróis e de santos, anônimos.
Lá de vez em quando se vê alguma reportagem ou comentário sobre eles.
Podem ser:

• aquela vizinha quieta que alimenta animais, 
• aquele senhor que conserta ou faz algo para os outros gratuitamente (cadeiras de roda, bicicletas, brinquedos...),
• a mulher que planta no condomínio, que embeleza ruas e praças,
• o rapaz que doa sangue,
• a professora que dá aulas de reforço de graça,
• o homem que vive na simplicidade voluntária para poder usar parte de seu dinheiro para colaborar com algum bem a outros...

Tanta gente, tanta gente!
Então, quando você ver aquela notícia exageradamente apelativa, pense que para uma, existem centenas de anônimos que, atualmente, não serão mostrados, mas que estão por aí e ninguém nota, ninguém vê.

Andor Stern

Entrevista com Andor Stern, último brasileiro nato, vivo, sobrevivente de campos de concentração nazistas.

"Eu, da mesma forma que respeito você, respeito minha cachorra e até uma planta. Porque a vida sempre merece todo o meu respeito. Acordar todos os dias de manhã pode ser uma rotina para qualquer um, mas, por causa do que vivi, é um milagre para mim. Banho quente, escova de dente, uma camisa limpa, um sapato confortável e um terno. Tudo isso pra mim é um presente. Pego meu carro e vou para onde quero e sei que ninguém vai me enfiar uma Beretta na cara. Sou livre. Preciso de mais alguma coisa?"

Texto completo em https://istoe.com.br/o-odio-nao-resolve-nada/